
Baltasar Sete Sóis é um dos personagens principais do romance “Memorial do Convento” de José Saramago. Tendo como pano de fundo a construção do Convento de Mafra e da conturbada realidade portuguesa no século XVIII, o livro narra a história de amor entre Baltasar e Blimunda. Através da personagem do Padre Bartolomeu Lourenço cujo sonho é construir uma máquina de voar, a história evoca também a paixão pela ciência e o desejo de ir mais além. Decidimos assim dar o nome de Baltasar ao nosso superpercomputador, uma máquina que nos está a ajudar a seguir a nossa paixão: resolver os mistérios das equações de Einstein!

Apesar do título desta secção, o termo mais correcto para descrever o Baltasar é “cluster” (palavra inglesa que significa “Aglomerado”). Em informática, um “cluster” é um aglomerado de nós de computação que, trabalhando em conjunto, funcionam como um único computador.
Os computadores que compõem o Baltasar correm sistemas operativos Linux, mais especificamente Debian Linux..
O Baltasar ajuda muitos cientistas a fazerem as suas contas mais complicadas. Estes cientistas estão espalhados por todo o mundo: da África do Sul à Alemanha, do Canadá a Espanha, dos Estados Unidos à França, passando pela Inglaterra, pela Holanda, pelo Japão, sem esquecer, é claro, Portugal!
O Baltasar é capaz de atingir pelo menos 1 TeraFlop por segundo, ou seja, consegue gerar 1 000 000 000 000 (um bilião) de contas por segundo.
Para teres uma ideia, pensa uma folha de papel. Agora imagina que enchias essa folha com 500 contas de somar. Para conseguires igualar a capacidade do Baltasar, terias de encher um milhão de folhas por segundo!
Mas ainda há mais: A espessura típica de uma folha de papel é de 0.1 mm, o que equivale a cerca de 100 metros de papel empilhado por segundo, 360 quilómetros por hora, 8640 quilómetros por dia, 3 150 000 quilómetros por ano.
Ora, a lua está a cerca de 400 000 km de distância da terra. Tendo em conta que o Baltasar foi ligado há 4 anos, se tivéssemos feitos todas as contas à mão e em papel, nesta altura já teríamos 31 pilhas de folhas (cheias de contas de somar) daqui até à lua.
O Baltasar tem sido tão incansável que tem trabalhado quase ininterruptamente desde que foi ligado pela primeira vez, em Janeiro de 2012. Dizemos “quase” pois até os supercomputadores precisam de ser reiniciados, neste caso 1 a 2 vezes por ano.
